Amanhã começa a 24º edição da Moenda da Canção em Santo Antônio da Patrulha e seguindo a nossa sério "letras da Moenda" posto pra vocês, mais três letras que estarão no palco na noite de sábado. Érlon Péricles e sua "Elétrica" com o Pirisca (foto1) "canariando"; Diego Muller, Sérgio Sodré e Cristiano Barbosa com "A Pedra que Despencou" com a interpretação e melodia do Robledo Martins (foto2). E "A Lágrima do Palhaço" com letra e interpretação de Bárbara Jaques.
ELÉTRICA
Gênero/Ritmo básico: Milonga
Letra e Música: Érlon Péricles (Porto Alegre – RS)
Intérpretes: Érlon Péricles e Pirisca Grecco
Milhões de descargas elétricas,
num milongão de fronteira...
É coisa feia, coisa feia, coisa feia!
Um choque cultural anestésico,
à minha maneira...
Que corcoveia, corcoveia, corcoveia!
Elétrica milonga na minha guitarra,
firmando a tradição e o que ela me fala!
Bota essa bombacha pra dançar
num surungo noite afora,
vejo a poeira levantar.
Bota essa bombacha pra dançar,
porque a eletricidade da milonga é de mata!
Elétrica...
Corrente que não pode se cortar!
Elétrica...
Não deixa essa milonga se apagar
A PEDRA QUE DESPENCOU
Gênero/Ritmo básico: Milonga
Letra: Diego Müller, Sérgio Sodré e Cristiano Barbosa (Canoas - RS)
Música: Robledo Martins e Maurício Lopes (Pelotas - RS)
Intérprete: Robledo Martins
Devolvo ao lugar antigo
A pedra que despencou
Do memorial que ficou
Num fundo de inyernada...
Silhueta arredondada
Moldando a paz do varzedo,
Misto de entono e segredo
Rodeando a terra rebolcada!
Costeia no pé do serro,
Os caponetes de aroeira...
Se adoça de pitangueiras
Quando a estação coloreia...
Tuas frestas, igual veias
Onde circula a lembrança
Dos que deixaram distâncias
Pra o índio que campereia!
Chão batido — pêlo e terra —
Estroncas inda aguentando,
Touro entonado berrando
No ritual de outro banho...
Hoje limitas rebanhos
— Pra sustento da minha terra —
Mas escorastes nas guerras
Muito o zunir dos estanho!!!bbh
Velha mangueira de pedra...
...Me assombraste na infância,
Quando eu sorvia na estância
Tantas coisas que aprendi...
E ao apeiar, eu senti,
Um anseio que insiste:
Que bom se o pago sentisse
Esta paz que há em ti!
Assim, ajeito outras pedras
— Em respeito não me apuro —
Mas repenso um futuro.
Que aos poucos vem apertando.
E me pergunto: até quando
Escutarás minhas esporas?...
...Porque vejo, campo a fora,
A criação se findando!!!
A LÁGRIMA DO PALHAÇO
Gênero/Ritmo básico: Alternativo
Letra: Bárbara Jaques (Recife – PE)
Música: Thiago Lasserre (Recife – PE)
Intérprete: Bárbara Jaques de Góes
Para que? Tanto sorriso se não vai sobrar
Nem um pedaço pra poder contar
Que esse palhaço pode enfim, guardar
Algum sorriso pra depois
E não houver mais nenhum bis
A maquiagem acabar
Poder tirar o seu nariz
Alegoria em seu chapéu
Esconde seu lado cruel
Difícil de equilibrar
Andando em corda bamba
Lona, dezenas de cambalhotas
E as piadas idiotas
Que todo mundo sempre ri
Foge com esse seu sapato grande
Antes que alguém se manque
E deixe de te assistir
Olha só, o saltimbanco só é de dar dó
O trapezista não quer lhe ajudar
E só o levou a jaula dos leões
E emprestou o seu batom
Pro artista se pintar
Fazer renascer o dom
De ridicularizar
Lá vem o mago com seu chapéu
Fez um estrago ao palhaço
Fez desaparecer de imediato
Toda sua alegria
Olha o coelho na cartola
O velho som da radiola
E o palhaço a chorar
E molha sua roupa colorida
Tanta lágrima caída
Sem ninguém pra lhe animar
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